terça-feira, 21 de setembro de 2010

Como perder aquela garota I



Então ela abre os olhos e nota que tem algo diferente. Olha pra um lado, pro outro, pra cima, deita de novo, pensa, suspira. Com uma das mãos puxa o lençol pra perto do corpo e o seguro contra o peito tentando disfarçar nudez, a outra mão ela apóia na cama e fica o observando enquanto dorme. Sorri e o acaricia o rosto. Levanta-se com cuidado, queria ser o mais discreta possível, coloca uma calça jeans velha, mas que a veste muito bem, pega uma camiseta, dele mesmo, por estar mais perto, e calça seu sapatinho de boneca. Vai ao banheiro jogo uma água no rosto e faz um gargarejo com o “cepacol” do sabor odiado por ele, chega perto da cama e o beijo nos lábios suavemente. Ele resmunga, faz um gesto com o nariz, volta a dormir. Já na porta do quarto olha-o novamente, sorri de novo e pé por pé sai...
Enquanto passa pelo corredor, vai abrindo as janelas e deixando que a luz do sol que recém está nascendo entre assim como ela sai zelosa e silenciosamente. Olha cada peça da casa, entra no escritório, senta naquela enorme e confortável cadeira. Abre aquela gaveta que ele pensa que ela nem sonha existir. Pega o porto retrato escondido embaixo daquela papelada toda, passa a mão pra tirar a poeira e repara a foto. Suspira, sorri sem mostrar os dentes, levanta-se e arruma a foto em cima da mesa.
Continua andando pelo corredor, olha o relógio, os quadros os prêmios, as fotos espalhadas, e quando se depara com as poucas em que está presente, com um suave movimento vira-as para baixo. Um pouquinho antes de chegar à sala espreguiça-se.
Quando chega pega o bloquinho de anotações e caneta que fica do lado telefone, abre as cortinas e se depara com a vista maravilhosa. Vai até a cozinha pega um chá e o toma enquanto escreve. Dá mais uma olhada lá fora, pega o casaco, bolsa e larga o bilhete no sofá. Abri a porta, olha pra trás novamente e se dá conta que está com as chaves na mão, então pega as pendura e fecha a porta.
Dá alguns passos e a luz do corredor acende, caminha devagar, quase hesitante, chama o elevador, dá um bom dia educado e quase aliviado para o vizinho que desce com seu cãozinho. Encosta no canto, pois sabe que hoje os 10 andares pareceriam 20. Chega ao estacionamento, abre o carro, coloca uma música que se encaixe com o momento e quando nota já está na sinaleira da esquina. Olha o retrovisor e pensa: “She is a good girl...”.
...

01
:D

Nenhum comentário:

Postar um comentário