quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Como andava.

"Onde andará? é das perguntas mais tristes que conheço, sinônimo de se perdeu."
(Caio Fernando Abreu)

Andei pensando em ti mais do que de costume. Resolvi mandar mensagem pra saber como tu anda...
Saudades. Beijos.
Foi o que conseguiu escrever.Sabia que não haveria resposta, nunca houve, mas dessa vez a não resposta era e seria diferente.Isso fez seu coração pesar e em algumas momentos sentiu-se sufocar.
Permitiu-se voltar até antes de chegar a esse ponto. Refez todos os encontros, foram poucos mas tão marcantes que seus olhos encheram-se de um imenso vazio e enfadonha tristeza.
Remeteu-se aqueles dias conturbados e agitados que a época do ano pedia. Da ansiedade em seus dedos e da felicidade que seu lindo sorriso estampava. Corajosamente esperou cerca de uma hora. Quando se viram foi como se já se conhecessem, ficaram tempo abraçados não queriam e não se permitiam ficar longe.Os corpos faziam questão daquela gostosa sensação, pois mesmo sabendo que dariam um jeito de bis, esse bis poderia não acontecer.
Ouvi-se  um longo suspiro e a trajetória é continuada. Lembra do abraço das mão entrelaçadas e do tão desejado beijo.Lembra da promessa do rencontro que não demorou a acontecer. E que foi tão bom bom e tão natural como os outros. Lembra do transtorno que esse ultimo  lhe causou. E entristece ao pensar da pausa que foi dada. 
Se alegra ao lembrar da coragem ao voltar atrás. Aquele mesmo sorriso, mesmo abraço e mesmo beijo a esperavam retribuindo a mesma alegria. 
Algumas vontades trancadas, algumas mentiras envolvidas, algumas descobertas feitas e a pausa.
Novamente a tristeza transforma-se em lagrimas.
Lembra de que se sentiu surpresa a ver ele participar de uma das grandes realizações de sua vida. E o como ele partilhou com ela aquele instante. Em como partilhou com ela desejo, lençóis, chuveiro, momentos únicos de prazer inegável e amor lastimável.
Mais descuidos, mais detalhes, mais pausa. Longa pausa...
Mais um reencontro com exata emoção. Mais daquela frase que nunca soa tão verdadeira "que saudade da minha(sim tua) gatinha. Sério não podemos mais ficar tanto tempo sem se ver!". 
Concordaram, demoraram mas se viram, os mesmo dois meses, a mesma cama, o mesmo desejo, o mesmo prazer. O mesmo amor. Nunca dito, sempre sentido. Vivido, no olhar, no toque, na falta, no reencontro...
Ambos sabiam onde se encontrar. Mas só um queria saber como andava...

Rafaela Souza
01

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